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Historia de Santa Rosa de Viterbo SP

HISTORIA DE SANTA ROSA ENVOLVE IMPERADOR E PAPA

Na Itlia, no sculo XIII, Viterbo era a mais forte cidade dos Estados Pontifcios, no caminho de Roma. Situada na regio da Lazio, Viterbo tambm guarda o corpo do Papa Adriano, considerado o primeiro Papa, aps o apstolo Pedro. E naquela cidade onde uma das mais belas histrias de religiosidade acontece – o nascimento e morte de Rosa – a menina missionria que tornou-se Santa e que venerada com ardor at os dias de hoje em Viterbo, e que tornou-se a Santa Rosa de Viterbo, emprestando seu nome nossa cidade. As matrias foram publicadas em 1982 pelo Jornal Santa Rosa Notcias. A luta contra um Imperador tirano, os milagres, o exlio, expulso de Rosa de sua cidade, o seu retorno triunfante, so os fatos daquela poca medieval. A seguir, a transcrio da belssima histria da nossa Santa Rosa de Viterbo.

A ESPERADA

Em Viterbo, no Sculo XIII, havia um Convento dedicado Santa Maria das Rosas. Como era comum na Idade Mdia, a funo do jardineiro desse Convento ava por vrias geraes, de pai para filho. Ali, no entanto, esta tradio estava por terminar. Joo, o jardineiro deste Convento, j idoso, no possua descendente. Catarina, sua esposa, se unia ao humilde jardineiro, em oraes Santa Izabel e So Zacarias, pedindo um herdeiro. Em outras ocasies as preces Santa Izabel e So Zacarias haviam sido ouvidas, por exemplo, quando nasceu So Joo Batista. E as preces do jardineiro e sua esposa, em Viterbo, acabaram sendo atendidas, mas, limitadas ao desejo inicial, pois no conseguiram um descendente varo. Joo e Catarina tiveram, no dia 6 de maro de 1232, uma filha que veio a ser a mais bela rosa do jardim daquele jardineiro, que seria a glria do seu lar, da sua cidade e uma das maiores santas da Igreja. Desde o bero, Rosa – nome que a menina recebeu em louvor Santa Maria das Rosas – mostrava sinais de uma vocao especial.

O PAPA SENDO TRAIDO

Nesta poca, Frederico II, Imperador da Alemanha no sculo XIII, era um dos precursores de Garibaldi, na tentativa de apoderar-se dos Estados Pontifcios. Frederico protegeu herges, expulsou bispos de seu territrio, ameaando invadir os Estados do Papa. E foi excomungado pela Santa S. Esta medida enfureceu o Imperador, que invadiu a Itlia, em direo Roma, abrindo caminho com vergonhosas capitulaes. O Cardeal Colona, comandante das tropas pontifcias, rendeu-se sem batalha esse novo tila, traindo o Papa. E Frederico chegou triunfante Viterbo, a mais forte cidade dos Estados Pontifcios no caminho para Roma. E Viterbo tambm submeteu-se ao invasor. Deixando um governador na cidade, Frederico partiu ento para tomar Roma.

MILAGRE DE ROSA TRANSFORMA HABITANTES DE VITERBO

Os habitante de Viterbo, abatidos e envergonhados pela covarde capitulao, entregaram-se aos afazeres dirios. Um certo dia, muitos destes habitantes dirigiam-se a um velrio de uma senhora. Quando tudo estava certo para o fretro sair para o “campo santo”, Rosa, uma menina de apenas 4 anos de idade e sobrinha da falecida, chegou diante do caixo e chamou sua tia com voz imperiosa. Uma fora sobrenatural animava aquela voz infantil e a vida voltou ao corpo inanimado diante da multido estarrecida. A tia estava ressuscitada. A cidade de Viterbo se comoveu e a menina Rosa ou a ser considerada uma verdadeira santa. E deu-se tambm um outro milagre – uma verdadeira transformao se deu nos habitantes de Viterbo, que viram naquela manifestao um sinal dos cus para auxilia-los. E resolveram reagir contra o invasor, retomando a cidade e expulsando o governador instalado por Frederico II, que, ao saber do fato, voltou Viterbo para sitia-la, mas enfrentou forte resistncia da populao que teve que desistir do intento e recuar. E Roma ficou a salvo, graas jovem Rosa. O milagre da ressurreio da tia de Rosa, pela viso universal da Igreja,ao que se entende, deu-se pela apreenso da precoce criana diante do domnio de Viterbo. Por esta viso, o milagre foi realizado por Rosa mais para levar os habitantes da cidade a defenderem a Santa S ameaada e no apenas para restituir a vida uma pessoa estimada. o que veremos mais adiante sobre a vida de “Rosa”, como suas constantes preocupaes com os problemas da Igreja sempre presentes na sua curta existncia.


Ressuscitando a Tia - 1 Milagre

“O REI LUS VENCEDOR”

Vrios milagres marcaram o primeiro perodo da infncia de “Rosa”, que, para subtrair-se aos louvores humanos, retirou-se num estreito quarto de casa, de onde s saia para ir Igreja vizinha. Neste gnero de vida ficou dos quatro aos dez anos de idade. Nesse retiro contemplava os problemas da cristandade e era iluminada por Deus sobre os sucessos ou revezes sofridos. Aos oito anos, por exemplo, quando algumas senhoras da cidade a visitaram a procura de seus conselhos, Rosa foi arrebatada em um xtase exclamando: “O Rei Lus vencedor e os cristos triunfam”. Soube-se, um ms depois, que Dom Lus, Rei da Frana, frente dos Cruzados, tomara Damieta dos turcos. A Providncia dotara Rosa de to grandes dons que a fez chegar a uma alta santidade, ainda criana, operando milagres por seu intermdio, quase sempre tendo em vista as necessidades da Igreja. Em seu retiro de seis anos, Rosa entregou-se oraes e penitncias.

MISSO PBLICA E LEVITAES

A extrema fraqueza produzida pelos jejuns e disciplinas a que se entregou, fizeram com que Rosa ficasse gravemente doente. Todos se desesperaram pela sua cura. Foi quando a Virgem Santssima apareceu para Rosa e lhe disse: “ Levanta-se minha filha porque amanh irs a Igreja de So Joo Batista, depois de So Francisco, onde tomars o hbito da Ordem Terceira”.
Rosa levantou-se, obedecendo a Rainha do Cu. Comeou assim o que poderamos chamar de “Misso Pblica”, quando Tosa tinha apenas nove anos de idade. J vestida com o hbito da terceira franciscana, a pequena Rosa comeou a percorrer as ruas de Viterbo com um crucifixo na mo exclamando: “Irmos, faamos penitncia e apazigemos a clera de Deus, pois grandes males nos esperam”.Rosa tinha adquirido sabedoria apenas na meditao do Crucificado. Tinha tais arroubos de eloqncia e citava to a propsito as Sagradas Escrituras, que atraia multides e causava irao aos mais doutos sbios e telogos. E Deus multiplicava os prodgios atravs de sua pequena missionria, mostrando ao povo a chancela divina daquela Misso. Numa ocasio em que a multido era to grande que no podia ver a “apstola”, apesar de ter esta subido em uma pedra, Rosa comeou a levitar-se at poder ser vista por todos. A notcia deste milagre, a levitao de Rosa, atestada por milhares de testemunhas, percorreu a Itlia. A pregao de Rosa transformou Viterbo. Pecadores empedernidos se convertiam. Hereges voltavam ao seio da igreja e, principalmente, os partidrios italianos do Imperador revoltado, reconciliavam-se com seu soberano – o Sumo Pontfice. Muitas vezes a multido comovida interrompia a jovem missionria exclamando: “Viva a Igreja! Viva o Papa! Viva o Nosso Senhor Jesus Cristo!”. Tempos depois, Frederico II voltou a dominar a Itlia e, consequentemente, Viterbo. E Rosa foi denunciada ao Imperador e levada sua presena, sendo proibida pelo ditador de continuar suas pregaes. E Rosa respondeu Frederico; “Quem me manda pregar muito mais poderoso e assim prefiro morrer a desobedece-lo”.Frederico ento mandou prender Rosa. Mas, temendo que houvesse revolta em Viterbo, caso conservasse Rosa na priso, o Imperador mandou deportar a jovem missionria e seus idosos pais. Depois de muitas privaes em meio neve, Rosa e seus pais chegaram Soriano, onde uma multido correu para ouvi-la. E ela ento pregou exatamente a submisso Igreja.


Sendo expulsa pelo imperador

ROSA ANUNCIA A MORTE DE FREDERICO II

Rosa pregava em praa pblica, na cidade de Soriano, quando, iluminada, exclamou: “Regozijai-vos irmos meus. Trago uma bela notcia que ser uma grande alegria para todo o povo cristo. Frederico, o inimigo de Deus e de Seu Vigrio, acaba de morrer. Dentro de alguns dias sabereis a notcia com certeza” Uma premonio. E Frederico, efetivamente, morreu, a 13 de dezembro. Rosa continuou sua pregao por vrias vilas e cidades sempre em meio a grandes milagres. Com a morte de Frederico, Viterbo reclamou pela volta da jovem missionria, que retornou ento para sua cidade.

REJEITADA E ACEITA

Rosa decidiu ento consagrar-se inteiramente Deus no Convento de Santa Maria das Rosas. A histria no explica no entanto, os motivos que as freiras daquele convento recusaram a presena de Rosa. E Rosa lhes disse: “A donzela que repelis hoje h de ser por vs aceita um dia, com alegria, e guardareis preciosamente”. Rosa ento transformou seu quarto em uma cela de religiosa, impondo-se a um severo silncio, ocupando-se apenas com Deus, sentindo que sua misso havia terminado. Assim ou seus ltimos sete anos de vida, s sendo interrompida por pessoas piedosas que vinham lhe pedir conselhos. E aos 17 anos de idade entregou sua alma Deus. Seu corpo foi sepultado na Parquia Santa Maria Del Poggio. Mas, por trs vezes o Papa Alexandre IV sonhou com Rosa, que lhe pedia por parte de Deus, que ele mesmo, o Papa, transladasse seus restos para o Convento Santa Maria das Rosas. Alexandre IV encarregou-se pessoalmente desta misso, deslocando-se para Viterbo. Rosa acertara mais uma vez – as religiosas daquele convento receberiam seus restos mortais como um verdadeiro tesouro. Esta a sntese da histria de Santa Rosa, de acordo com os relatos oficiais da igreja. Tambm nesta edio, algumas outras histrias e milagres da nossa Santa Rosa de Viterbo.


Rosa em sua apario ao Papa Alexandre IV

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Histrias de Santa Rosa

A HORTEL E A CRUZ

O fato de Rosa, a menina missionria, no ter sido aceita no Convento Santa Maria das Rosas, em Viterbo, e no haver explicao pelo ocorrido, em relatos oficiais da Igreja, levou a escritora e historiadora italiana, Ana Maria Vacca, a pesquisar todos os milagres e a vida de Santa Rosa de Viterbo. Desta pesquisa surgiu o livro intitulado “La Menta e La Croce” – A Hortel e a Cruz. O livro gerou polmica, sendo objeto de reportagens em diversos jornais e revistas, inclusive na Revista Veja, em 1982. O jornal “Avvenire”, do episcopado italiano chamou o livro de delrio. Na verdade, a excentricidade da escritora em seus relatos, incomodou os conservadores da Igreja Catlica. Segundo a escritora, o objetivo do livro era apenas exaltar o poder mgico da menina Rosa, no sculo XIII. Polmicas a parte, a verdade que o livro narra com muita simpatia e ousadia a biografia de Santa Rosa de Viterbo, baseado nos antigos documentos da prpria igreja, que os guarda com excessivo zelo. Um destes livros pertencente a Igreja, o “Vita I”,mostra Rosa como uma figura jovem e mstica que perambulava pelas ruas de Viterbo com uma cruz nas mos. Para a escritora Anna Maria, que ativista do movimento Comunho e Liberao, na Itlia, esta era uma forma independente da religiosidade feminina, muito comum na poca
A vida de Rosa, suas experincias religiosas e suas atividades to comentadas na poca, sempre aconteceram fora do mbito da igreja e de forma livre e independente. “Uma independncia e espontaneismo muito marcante, anormais para a poca”, afirmou a escritora. A polmica surge ainda do fato da igreja, em seu lado mais conservador, no aceitar a imagem de uma Santa com senso de liberalismo e independncia. E tambm no explicou o fato de “Rosa” no ter sido aceita no Convento da Ordem Terceira de So Francisco mesmo depois de operar diversos milagres, verificou a escritora. Polmicas a parte, a verdade que a histria de Santa Rosa de Viterbo uma grande lio de vida e humanismo, com uma certa dose de excentricidade, fato, o que mais positivo ainda. Vamos a alguns destes milagres.

ENFRENTANDO E VENCENDO UMA FOGUEIRA E
A PENA DE GALINHA NO ROSTO DA MENTIROSA

Foi no exlio que Rosa teve sua fama mais difundida e respeitada. Documentos pesquisados e apontados no livro “La Menta e La Croce”, confirmam que Rosa curou cegos e transformou pes em rosas. E l combateu os hereges de forma nada convencional. Alguns milagres se destacam nos documentos pesquisados. Um herege discutiu com Rosa e foi desafiado a enfrentar uma fogueira. Rosa entrou na fogueira e saiu sem nenhum sinal de queimadura. J o herege no resistiu s queimaduras. Um outro documento pesquisado afirma que Rosa fez cair o cabelo e a barba de um homem que zombava de sua f. Depois, uma demonstrao engraada de f e do poder de Rosa. Aps ser acusada por uma mulher de lhe roubar uma galinha, Rosa fez crescer uma pena de galinha no rosto da acusadora, sua vizinha. S depois da mulher itir o erro que a pena veio a sumir. Nada era to extico como o ritual da hortel. Segundo os documentos, Rosa colocava as folhas da planta no peito e dizia a sua me que aquilo era o smbolo do seu casamento com Jesus Cristo. Em 1853, Santa Rosa foi entronizada na Galeria dos Santos. E nossa cidade, com suas polmicas e algo sempre diferente no ar, se assemelha e muito com a histria da Rosa de Viterbo, que virou Santa e emprestou seu nome para o nosso municpio, com muita honra.

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BEIRA DE SANTA ROSA DE VITERBO

Poema de Paulo Emilio Costa Leite (compositor, morou durante 10 anos em SRV, foi parceiro de Joo Bosco, Aldir Blanc, Ivan Lins, Djavan, Sueli Costa, Mauricio Tapajs, Marcello Lessa e outros - compos letras para diversos sucessos na voz de Elis Regina, Clara Nunes, Simone, Joo Bosco, Djavan e outros).

Ento minha santa, j te confundiram com a Nossa Senhora de Aparecida, j te mandaram pro exlio por ordem e graa da tua fora contra os poderosos, contra os ditadores e usurpadores. J ti atriburam bruxarias, que tu atravessavas fogueiras, deixava hereges sem cabelo e barba. Mas, veja que tantos ateus como cristos falam de sua vida e tu eras to menina, trancada naquele quarto de Viterbo, conservando hortels no peito. E tantos anos depois um casal adquire a sua imagem para que te conhecssemos e adorssemos a tua f, o teu mistrio e dssemos o teu nome para a nossa maravilhosa cidade, condado de mentiras maravilhosas e maravilhosas verdades, e que neste ms, em plena adolescncia faz 77 anos de idade, criana, portanto, frente a tua eternidade gerada um dia num jardim de Viterbo por amor de um jardineiro. E tu tens sempre regado nossos outeiros e procriado por amor ou por osmose tantos frutos dignos da tua bondade, modernos missionrios enfrentando sem armas as monstruosidades de um mundo imensamente maior que aquele em que viveste, mas infinitamente menor comparado ao impondervel que tu conheceste. Teu exemplo de luta contra os Fredericos da vida, a tua esperana, a tua verdade, permanece em ns e nos d fora frente s inmeras adversidades, pois se a parte est contida no todo, nossa pequena cidade faz parte deste mundo de tantas outras cidades. O teu todo, a tua histria de cidad de Viterbo, nos eleva a sermos cidados de Santa Rosa de Viterbo. E como exemplo de ns, temos a o Espiguinha, o Chiquinho, em completa comum com o teu corao. E se trato agora por tu, conseqncia direta da intimidade que o meu corao tem por vs. (PAULO EMILIO, setembro de 1987